Professores também apanham na Europa


Quase 300 professores agredidos num ano

letivo em escolas de Portugal


por Rosa Ramos
19.06. 2010



Balanço do programa Escola Segura revela aumento de 40% nas agressões em 2008/2009

Quase 300 professores foram agredidos só no ano letivo de 2008/2009, revela o relatório do programa Escola Segura ontem divulgado.


O número divulgado pelo Ministério da Educação representa um aumento de 40% em relação ao ano lectivo anterior. O documento mostra também que houve mais agressões ao pessoal não docente, tendo sido contabilizados 184 casos.

Mesmo assim, o número total de ocorrências registradas nas escolas portuguesas diminuiu 15%.

No ano letivo de 2008/2009 foram identificados 5134 casos - menos 905 que em 2007/2008.

Os números preocupam os sindicatos. Mário Nogueira espera que sirvam para levar o Ministério da Educação "a tomar finalmente uma medida que proteja os professores", apesar de reconhecer que o aumento de queixas possa ter a ver "com uma maior mediatização do assunto, que tem levado os docentes a denunciar mais".

Já Albino Almeida, presidente da Confederação das Associações de Pais, lamenta que o documento do ministério "não faça qualquer referência à situação dos processos em tribunal", o que "deixa a impressão de que as agressões não têm qualquer tipo de consequências".

"Como pai, dirigente sindical e cidadão sinto-me indignado, especialmente tendo em conta o esforço que tem sido empreendido no sentido de denunciar este tipo de situações", acrescenta.

Os números do programa Escola Segura revelam uma diminuição de 21,8% do número de agressões a alunos (1317 para 1029). Já as ocorrências no exterior das escolas aumentaram para 1609 casos. Os atos contra a liberdade e a integridade físicas ocupam o topo da tabela das ocorrências, seguidos pelos atos contra os bens e equipamento escolar. No capítulo das ações contra bens pessoais, o roubo de celulares lidera, abarcando 31,6% das ocorrências registradas.

As escolas com mais problemas continuam a ser as do distrito de Lisboa, apesar de ter aumentado o número de estabelecimentos sem ocorrências registradas.


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